terça-feira, 10 de julho de 2012

Dor crônica encolhe o cérebro

A dor crônica, principalmente a das costas, pode reduzir de forma irreversível o tamanho do cérebro, sugere um estudo publicado nos Estados Unidos.

Pessoas que sofrem de dor crônica nas costas por um ano podem apresentar uma redução na substância cinzenta do cérebro.


Se você sofre de dor nas costas, tome nota: Um estudo recente revelou que pessoas que sofrem de dor crônica nas costas por um ano podem apresentar uma redução na substância cinzenta do cérebro equivalente à quantia perdida pelas pessoas normais em 10 a 20 anos. Substância cinzenta é o tecido escuro do cérebro que é composto dos corpos dos neurônios; é o centro de "pensamento" do cérebro, responsável pela memória e pelo processamento de informações. 

Pesquisadores da Northwestern University já tinham observado uma redução de atividade no hipotálamo --área do cérebro com importância na tomada de decisões e no comportamento social-- em pacientes com dores nas costas.

Agora, neste novo estudo divulgado pelo "Journal of Neuroscience", a mesma equipe diz que algumas das alterações poderão ser irreversíveis. E mais: elas podem tornar ineficaz o tratamento da dor.

Se a teoria se confirmar, torna-se ainda mais importante tratar a dor na fase inicial para evitar quaisquer alterações permanentes, disse Vania Apkarian, coordenadora do estudo.

Os pesquisadores compararam 26 pacientes que sofriam de dor crônica nas costas com 26 voluntários saudáveis. Os pacientes com dor tinham vários diagnósticos diferentes envolvendo o sistema musculoesquelético com radiculopatia (dor irradiada, entorpecimento e agulhadas causadas pela compressão das raizes nervosas na coluna). A diminuição normal da substância cinzenta em indivíduos normais é da ordem de 0,5 por cento por ano; entretanto, os investigadores descobriram que nos sofredores crônicos a diminuição encontrada foi de 11 por cento por ano. Além do mais, quanto mais tempo o quadro doloroso, mais substância cinzenta foi perdida. 
 
Os pesquisadores concluíram "que dor crônica nas costas (mantida por pelo menos 6 meses) é acompanhada por um desequilíbrio da química normal de cérebro... implicando em perda de neurônios e disfunção nesta região, além de redução na capacidade cognitiva numa tarefa que implica no processamento da área pré-frontal." 
Embora pesquisas adicionais sejam necessárias, as conclusões deste estudo devem servir de aviso para aqueles que sofrem de dores crônicas, chamando a atenção para que procurem cuidado profissional o quanto antes. 
O tratamento quiroprático apresenta grande eficiência no tratamento do sistema musculoesquelético, e das dores nas costas! 

O que os investigadores precisam descobrir agora é se esta perda é permanente ou pode ser recuperada com tratamento. "É possível que alguma da redução de matéria cinzenta observada no estudo reflita encolhimento de tecido sem perda substancial de neurônios, sugerindo que um tratamento adequado poderá reverter a situação", disse Apkarian.
 

Maneira como cérebro responde a emoções pode prever surgimento de dor Crônica diz outra pesquisa.


A maneira como o cérebro de uma pessoa responde às emoções pode dizer se uma lesão nas costas vai se tornar um problema de dor crônica ou não. Essa é a conclusão de um estudo desenvolvido na Universidade de Northwestern, nos Estados Unidos, e publicado na edição desta semana da revista Nature Neuroscience. “Pela primeira vez, fomos capazes de explicar o motivo pelo qual parte das pessoas com lesão nas costas desenvolve um quadro de dor crônica e outras não”, diz Vania Apkarian, que coordenou o trabalho. Ela explica que sofrer uma lesão não é suficiente para acarretar a dor contínua. De acordo com a pesquisa, o problema é resultado de uma maior comunicação entre duas regiões específicas do cérebro: uma, responsável pelas respostas do cérebro às diferentes emoções, e a outra, pelas reações do cérebro com mudanças de ambiente.
O estudo se baseou nos dados de 39 pessoas que sentiam dores na região lombar há ao menos um mês e até quatro meses antes de a pesquisa começar. Nenhum desses indivíduos havia tido problemas de dores nas costas antes. No início do trabalho e mais outras três vezes durante um ano os participantes passaram por avaliações nas quais fizeram exames de ressonância magnética e relataram a intensidade da dor. Após 12 meses, 20 pacientes haviam se recuperado e os outros 19 foram classificados como portadores de dor crônica.
  
Os autores concluíram que, entre os pacientes que desenvolveram dor crônica, a comunicação entre essas duas regiões do cérebro foi muito maior — ou seja, o cérebro reagiu de maneira mais intensa à lesão inicial — do que os outros participantes. Além disso, essa maior comunicação foi demonstrada desde o começo da pesquisa, o que mostra que essa característica pode ajudar a prever se uma pessoa vai ou não ter de conviver com a dor por um tempo prolongado. Segundo os pesquisadores, os próximos passos da equipe serão novos estudos que busquem, com base nessas constatações, novas terapias para tratar a dor crônica.

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